A fotografia no segmento corporativo exige que o profissional esteja preparado para solucionar problemas que, às vezes, ele nem imagina. Muitas situações pedem solução na hora do click, outras, felizmente, podem esperar o tratamento pós-produção.
Por exemplo, um evento ou uma cena pré-imaginada, em local adequado em termos de luz e espaço, exigirão do fotógrafo aquilo que - de certa forma - já é de sua rotina. A escolha correta da lente e uma luz de preenchimento podem ser o bastante. No entanto, quando se entra na atmosfera fabril, o quadro pode assustar os menos avisados.
O que fazer quando é necessário fotografar sem interferir na cena? Essa é a pergunta que faço a mim mesmo diante de tal desafio.
Na fotografia social, não posso interferir em muitas cenas de um casamento. Na fábrica, não posso interferir no processo produtivo, pois nem sempre as fotos são feitas em um local previamente montado.
Então, vamos ao desafio.
Buscar o ângulo mais adequado (no caso de mostrar o produto), eliminar o fundo confuso, usar recursos próprios e improvisar rebatedores naturais, limpar o que for possível e resolver o impossível no pós-produção. É claro que eu preferiria uma "caixa de mágicas", mas me contento com o "cinto do Batman".
Às vezes, situações difíceis tornam-se as mais fáceis. Por exemplo, jamais conseguiria levar para a estrada uma carreta, figurantes, nem adesivar um furgão recém-apresentado ao mercado, pois significaria um custo impensável para qualquer produção fotográfica. No entanto, surgindo a chance de acompanhar a produção de um vídeo institucional, no estilo "making of", a foto impossível estava salva.
Em locais de movimentação de gente e veículos, busco o cenário mais "clean" disponível, que dê a mensagem imaginada para a cena.
O momento do click é determinante.
Uma sessão de "still" também pode ser desafiadora, principalmente quando não se tem um "mock-up" diante da lente. Então, como eliminar poeira, graxa, rebarbas e, muitas vezes, disfarçar vestígios da embalagem (estou descrevendo uma situação de foto com a peça real, na linha de produção, bem longe de um estúdio com fundo infinito e luz controlada)? Esse é o desafio mencionado no título, para o qual, cada fotógrafo buscará suas próprias soluções. Eu tenho as minhas.
